quarta-feira, novembro 21, 2007

Who are you?

You're the prince to my ballerina
You feed other people's parking meters
You encourage the eating of ice cream
You would somersault in sand with me

You talk to loners, you ask how's your week
You give love to all and give love to me
You're obsessed with hiding the sticks and stones
When I feel the unknown
You feel like home, you feel like home

You put my feet back on the ground
Did you know you brought me around
You were sweet and you were sound
You saved me

You're the warmth in my summer breeze
You're the ivory to my ebony keys
You would share your last jelly bean
You would somersault in sand with me

You put my feet back on the ground
Did you know you brought me around
You were sweet and you were sound
You saved me

You put my feet back on the ground
Did you know you brought me around
You were sweet and you were sound
See I had shrunk yet still you wore me around
And 'round and 'round

"Somersault"

segunda-feira, novembro 12, 2007

Um "escriturário" que vê na escrita um sadomasoquismo (a dor e o prazer de tornar essa dor em algo belo), uma vez escreveu...

Eu não sou o meu nome. Eu sou o teu nome escrito do avesso. Eu sou o meu nome encostado à tua cabeça. O meu nome que foge de mim. O teu nome e o meu nome atados com cordas. O teu nome sou eu quando me debruço por cima do teu ombro. O meu nome a fazer uma pirueta. O meu nome a cair lentamente sobre a tua cama estreita de mulher. O teu nome dentro da minha boca. Sou eu a pedir-te que repitas o meu nome, sussurro a sussurro, letra a letra. Sou eu a dizer o teu nome que trago debaixo da língua. O teu nome no meu sexo estampado. O meu nome no teu sexo estrela. O meu nome é um sexo levantado. O meu nome é uma carícia que me fazes por cima da minha cicatriz. O meu nome é a cicatriz a meio do teu corpo. O meu nome plana por cima das planícies em busca do teu nome. O meu nome cai a pique junto ao teu nome. Nunca digas o meu nome. O meu nome não existe. Não vem em nenhuma página escrita. O meu nome é um cifra escrita a verde ultramarino. Verde ultramarino é a cor de que mais gostam os nossos nomes. O meu nome sobre o teu nome. O teu nome sobre o meu nome. Os nomes muito perto. Os nomes muitos. Os nomes exaltados. O meu nome em cadência lenta. O meu nome é forte como um bicho selvagem. Os nossos nomes percorrem as paisagens como cavalos endoidecidos. Quem diz o meu nome diz amor, qualquer coisa aflita. Quem diz o teu nome deseja ser atingido por um raio, elevado aos céus. O meu nome por dentro do teu nome. O teu nome a pedir perdão por tudo. O meu nome, o teu nome, agarrados por cordas, a cair num precipício. Os nossos nomes são coisas que se comem por dentro. As coisas pelos nossos nomes são aves sagradas. Nome a nome, coisa a coisa. O sol morre dentro do meu nome, na minha boca. O teu nome abriga numa mão fechada o que resta do meu nome. Nomes muito belos. Um nome sem nome. Um nome inefável, inomável. Um nome que ninguém conhece. Só o teu nome sabe o meu nome de cor. O meu nome a subir pelo teu. O teu nome repete o meu nome, nome a nome, sílaba a sílaba. As coisas pelos seus nomes. Os nomes pelas suas coisas. Cada coisa com seu nome, o nome sem fim. Cada nome com sua coisa. O nome do nome no umbigo do mundo.


As coisas pelo nome - pedro paixão


Há gente estranhamente fascinante.
Há palavras que já nos correm por dentro antes de as lermos.
Há quem consiga fazer viver em palavras.
Há génios loucos.

programas interessantes -
Há Pedro Paixão.